o poder
Na intenção de fazer forte critica ao modo de pensar capitalista que o vê como um fato natural, primeiramente ela critica explicações que presumem a presença do capitalismo nas sociedades “pré-capitalistas”, necessitando, para se desenvolver, apenas que sejam retiradas as barreiras de ordem política e ideológica.
Com essa vertente de pensamento, ela segue numa explicação mais difundida da origem do capitalismo e do chamado modelo mercantil do desenvolvimento econômico, já que muitos acreditam que o capitalismo surge da expansão dos mercados e da crescente mercantilização da vida econômica. Desenvolvida por Henri Pirenne, esta explicação diz que a volta do comercio, que ocorreu com crescimento das cidades e o sumiço das barreiras que assolava os comerciantes, liberou as forças do capitalismo que estavam presentes nos “interstícios do feudalismo”. Assim o sistema do capital aparece ligado às cidades e à figura histórica do cidadão burguês, pressupondo-se que cidades e o comércio sejam, por natureza, antitéticos ao feudalismo, e que o desenvolvimento dos dois provoca a crise e desorganização do modo de produção típico do feudalismo.
A crítica de Maurice Dobb ao modelo mercantil apoia a insuficiência nos argumentos de Pirenne, uma vez que, em certas circunstâncias históricas, o desenvolvimento do comércio serviu para reforçar as relações feudais e não para dissolvê-las. Dobb defendeu a necessidade de examinar o desenvolvimento das relações de produção no interior do modo de produção feudal, onde estaria a chave para o entendimento da crise do sistema. Partindo da ideia de Dobb, de que a crise do feudalismo não se explica apenas pelo desenvolvimento do comércio, ela procura