Informações-chaves gerais
| 12.06.2008
A combinação de 200 milhões de operários dispostos a tudo com uma ditadura impiedosa ?e um evidente descaso com o meio ambiente ?deu à China uma capacidade ímpar no mundo atual: a de construir qualquer coisa, de pontes ?a cidades inteiras, em tempo recorde
Getty Images
Por Tiago Lethbridge
EXAME Com meio quilômetro de altura, o Shanghai World Financial Center é o maior
prédio da China. Após quatro anos de obras, o edifício será inaugurado nas próximas
semanas — mas seu reinado vai durar pouco. Enquanto os operários dão as marretadas
finais no 101o andar da construção, logo ao lado estão sendo feitas as fundações de
um novo prédio, projetado para ser 90 metros mais alto. O compositor Tom Jobim
disse certa vez que a melhor forma de conhecer Nova York era passeando por suas
ruas de maca. Vale o mesmo para a região de Pudong, em Xangai, onde os dois
arranha-céus estão sendo construídos. Pudong é a face mais inacreditável do milagre
chinês. Até 15 anos atrás, tudo o que havia ali eram campos de arroz e casinhas de
madeira. Em 1993, o governo chinês decidiu transformar o que era uma das regiões
mais atrasadas do país em seu maior centro financeiro. Assim foi feito. Nesses 15 anos,
o governo construiu em Pudong pontes, túneis, dezenas de arranha-céus e um aeroporto ligado ao resto da cidade por
um trem-bala que chega a 420 quilômetros por hora. A ascensão da China nas últimas três décadas gera diversos
motivos para estupefação. Mas nada impressiona mais que a capacidade de construir qualquer coisa, de pontes e
prédios a cidades inteiras, em tão pouco tempo.
Como eles conseguem? A resposta está num conjunto de simpáticas casas de paredes brancas e tetos azuis na base do
Shanghai World Financial Center. Essas casas são um dos traços mais característico da paisagem urbana chinesa. Estão
em cada um dos milhares de canteiros de obras das grandes cidades. É nelas que moram