Inflação
O Ministro da Fazenda diz que ações de combate à crise global custaram 1% do PIB
entrevista Guido mantega
deCOlAm medidas anticrise mostraram as vantagens da redução da carga tributária
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Ação anticíclica
Após desoneração fiscal contornar a crise, sociedade debate manutenção das medidas Por Oscar Pilagallo
passa no teste
Solus-Veer/Corbis
m meio a dúvidas sobre o custo real das medidas anticrise e a incertezas sobre os efeitos de sua suspensão, a sociedade brasileira faz um balanço desse ano e meio de ação governamental enquanto se prepara para voltar a crescer num ambiente econômico que será influenciado pela recomposição dos impostos que haviam sido reduzidos. Tendo como epicentro o colapso do mercado imobiliário dos Estados Unidos, a crise econômica global chegou ao auge em setembro de 2008, com a quebra do Lehman Brothers, sinônimo de solidez em Wall Street, e a estatização das maiores instituições americanas de hipotecas. Tratava-se de um desfecho anunciado: a economia nos EUA vinha crescendo sobre um pilar frágil, a concessão indiscriminada de crédito, inclusive a clientes conhecidos como “ninjas” (“no income, no jobs, no assets”, sem renda, sem trabalho, sem bens). A crise se espalhou rapidamente. No ano passado, o Fundo Monetário Internacional projetava encolhimento de 1,5% na economia mundial. Essa queda, no entanto, não foi uniforme. Os países desenvolvidos foram os mais afetados, com retra-
ção de 3,8%, enquanto os emergentes viram a soma dos PIB (Produto Interno Bruto) declinar 1,4%. Nesse cenário, o Brasil conseguiu manter-se à tona. A crise – se não seria uma “marolinha”, como disse no início o presidente Lula – não foi forte o suficiente para afundar uma economia que, sustentada em grande parte no mercado interno e com as contas públicas sob controle, se mostrou menos vulnerável à adversa conjuntura mundial. O resultado foi que o PIB de 2009 teve apenas uma ligeira queda de