Infantil
Ainda na Educação Infantil, os alunos podem realizar tarefas com autonomia. Para aqueles que sempre esperam sua ajuda, o incentivo e o elogio são essenciais
A professora Juliana tem uma turminha de 2 anos, todos comem o lanche sozinhos hora do recreio. A garotada toda corre até a pia para lavar as mãos. Na sala de aula fica apenas uma criança, esperando que o professor a acompanhe. Enquanto os colegas comem o lanche, o garoto, mais uma vez, aguarda que alguém o ajude. Na Educação Infantil, demonstrações de falta de autonomia como essa não são raras e indicam superproteção da família. Como a escola é o primeiro espaço de socialização que as crianças conhecem depois de sua casa, está em suas mãos torná-las independentes, de acordo com o que é esperado para cada faixa etária.
O pequeno aluno se retrai por acreditar que o mundo só pode ser explorado ao lado da pessoa que cuida dele — a mãe, por exemplo. Curiosamente, é o próprio adulto quem estabelece essa relação de dependência. "Por zelo, ele faz todas as tarefas pelo filho. Com isso, cria na criança o hábito de esperar que outros ajam da mesma maneira e, também, o medo de fazer algo sozinho", explica Elvira de Souza Lima, psicóloga especialista em desenvolvimento humano, de São Paulo.
"É comum o adulto revelar a superproteção quando diz que precisa acompanhar o filho até a classe para que ele não chore", conta Isabella Sá, consultora do Espaço de Educação Infantil Os Batutinhas, no Rio de Janeiro. De forma geral, os estudantes que sofrem ao se despedir do responsável são introvertidos e resistentes a novas experiências. Quando recebem um comando de ação, ir ao parque, por exemplo, ficam estáticos.
O segredo é conquistar a confiança das crianças.
Para avaliar se um aluno é mesmo dependente, o ideal é observá-lo em várias atividades dentro e fora da sala de aula. É importante nunca julgá-lo com base em uma única constatação e nem dar a ele um "rótulo" que poderá causar traumas. Um garoto