Inetressante
Ana Maria T. Benevides-Pereira¹
INTRODUÇÃO
A partir do artigo de Freudenberger em 1974, denominado Staff burnout, a Síndrome de Burnout começou a ser pesquisada, inicialmente nos Estados Unidos, passando a disseminar-se por todo o mundo. Na verdade, os trabalhadores já estavam sofrendo seus efeitos há muitos anos, faltava apenas identificá-la e investigá-la adequadamente. O termo burn out ou burnout , “queimar até a exaustão”, vem do inglês e indica o colapso que sobrevêm após a utilização de toda a energia disponível. É uma expressão utilizada tanto em textos eruditos como o de Sheakespeare (Schaufeli & Ezmann, 1998), assim como em gíria de rua, como para se referir a aquele que se consumiu pelas drogas. No contexto da psicologia, a definição mais utilizada tem sido a de Maslach & Jackson (1986) em que o burnout é referido como uma síndrome multidimensional constituída por exaustão emocional, desumanização e reduzida realização pessoal no trabalho. O burnout é a maneira encontrada de enfrentar, mesmo que de forma inadequada, a cronificação do estresse ocupacional. Sobrevêm quando falham outras estratégias para lidar com o estresse. A exaustão emocional caracteriza-se pela sensação de esgotamento emocional e físico. Trata-se da constatação de que não se dispõe mais de nenhum resquício de energia para levar adiante as atividades laborais. O cotidiano no trabalho passa a ser penoso, doloroso. A desumanização (despersonalização na versão de Maslach & Jackson de 1986, posteriormente denominada de cinismo por Maslach, Jackson e Leiter em 1996), revela-se através de atitudes de distanciamento emocional, em relação as pessoas às quais deve prestar serviços e os colegas de trabalho. Os contatos tornam-se impessoais, desprovidos de afetividade, desumanos. Por vezes, estes profissionais passam a apresentar comportamentos ríspidos, cínicos, irônicos. Esta dimensão é considerada como o elemento defensivo da síndrome. A realização pessoal nos afazeres