Indústria cultural e espírito natalino: a transformação da fé em produto do comércio
Bruna Viveiros dos Santos e Kayro Lima Ferreira Sousa
Resumo: Este trabalho tem como objetivo por em discussão a data festiva natalina e seus adventos na indústria cultural a partir da teoria crítica da comunicação, comprovando em bases teóricas a modificação e até mesmo introdução de interesses desde as correlações culturais de tal festividade.
Palavras- chaves: Natal – Indústria Cultural – Paganismo – Teoria Crítica
Introdução
Fim de ano. Começa dezembro, férias à disposição. Aproxima-se uma das festas mais esperadas do ano, esta em que a reunião familiar é de praxe e os devotos fazem promessas por harmonização e pacificação no ambiente ao qual pertencem. A vida parece mais calma, povos de toda a parte sorriem para o chamado “nascimento do menino Jesus”, a transposição da graça divina é recorrida entre amigos e até mesmo inimigos, afinal, é tempo de renovação. Lojas mudam sua decoração. Nas vitrines, os pinheiros plastificados já detêm o seu espaço, cheios de bolas coloridas e arranjos luminosos. Papais Noeis de todos os tamanhos, risadinhas e movimentos alegram os estabelecimentos. O algodão é a transformação da neve para suportar o calor das vendas que se tornam tão necessárias na visão do consumidor. É, alegria e diversão estão definitivamente espalhadas em cada canto, em cada olhar. Mas, será se o nascimento do herdeiro de Deus é realmente a principal causa de toda essa manifestação? As lojas estão mesmo interessadas em decorações para os cristãos ortodoxos? Ou o alvo é o bolso do consumidor que procura o melhor presente? A resposta é simplista, afinal, não é surpresa para a maioria que tal data é aproveitada com grande empenho pelos empresários para o aumento do lucro. A utilização da fé cristã para essas empresas é vulgarizada e multiplicada tão intensamente que a venda, compra e recepção de presentes se torna o novo culto natalino. Em tempos