Industria de alimentos- marcas póprias
Nº EDIÇÃO: 577 | 22.OUT.08 - 10:00 | Atualizado em 13.02 - 11:18
A invasão das marcas próprias
Por que as vendas dos produtos exclusivos crescem três vezes mais do que as dos convencionais
Por Tatiana Vaz
DE MAIO ATÉ O FINAL deste ano, as gôndolas dos supermercados do Grupo Pão de Açúcar receberão mais de 800 itens da Qualitá, marca de produtos de primeira necessidade, como arroz, feijão, café e ovos. No total, R$ 4 milhões serão investidos no lançamento.
Mas por que a maior rede de supermercados do País dá tanto espaço para a Qualitá? Porque ela pertence ao próprio grupo e as marcas próprias são o pedaço que mais cresce no varejo de alimentos. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), enquanto as vendas de produtos convencionais cresceram 8,5% em 2007, o faturamento obtido com as marcas próprias saltou 27,2%. A tendência de alta estimulou a Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (Abmapro) a lançar a primeira certificação nacional para o setor. Com isso, a entidade combate um dos principais empecilhos para a difusão desses produtos: a desconfiança do consumidor diante de um nome desconhecido. Além disso, o controle dessas mercadorias torna-se menos burocrático, pois passarão por um único processo de auditoria. "As marcas próprias representam 7% do total de vendas em redes varejistas. Ainda não acompanhamos o que acontece em outros setores, mas temos potencial para crescer bem mais", afirma Neide Montesano, presidente da Abmapro.
Um dos motivos para essa expansão é a melhora na qualidade dos produtos, aliada a preços até 20% menores que o dos concorrentes. Trata-se de um conceito diferente daquele que norteou o Pão de Açúcar na década de 70, quando se tornou pioneiro nesse tipo de iniciativa. Na época, o diferencial de preço em relação aos concorrentes era garantido, mas a qualidade dos produtos não. "Os consumidores hoje aceitam novas marcas, contanto que elas ofereçam preços bons e qualidade similar à da líder de