Indice glicemico
Dra. Ana Maria Calábria Cardoso
Nutricionista do Hospital Universitário João de Barros Barreto /UFPA e membro do Departamento de Nutrição e metabologia da SBD
Nota Técnica publicada na Rev Bras. Nutr Clin 2003; 18 (4): 190 – 192)
O tratamento dietético para o controle da Diabetes Mellitus não possui terapêutica nutricional definida, ninguém pode afirmar que existe dieta específica para diabéticos e sim estratégias, que levam em consideração o teor de macro e micronutrientes dos alimentos na forma individual ou combinada com ênfase principalmente ao conteúdo de carboidratos presentes na porção. Atualmente essas estratégias podem ser utilizadas por educadores e prescrita pelos nutricionistas principalmente através do uso de: * tabelas de substituições de alimentos saudáveis, didaticamente separadas por grupos de acordo com a sua função no organismo como os construtores, energéticos e reguladores; * técnica de contagem de carboidratos; * alimentos de acordo com seu índice glicêmico e carga glicêmica.
Quanto a esta última estratégia teceremos algumas considerações publicadas na nota técnica supracitada. O conceito de ÍNDICE GLICÊMICO foi introduzido por David Jenkins e colaboradores no início dos anos 80, que consiste na determinação do efeito fisiológico dos alimentos no período pós-prandial. Este índice, que passou a ter aceitação mundial, demonstra que alimentos com mesmo teor quantitativo de carboidratos, têm efeitos diferentes no que se refere ao incremento da glicemia pós-prandial. Com isso ficou claro que a orientação dietética baseada somente em tabela de substituição ou equivalência, não assegura por si só, a prevenção de picos hiperglicêmicos, devido traduzirem somente a composição centesimal de nutrientes contidos no alimento fora do organismo humano, não refletindo, portanto o seu efeito fisiológico dentro do organismo. Esse efeito depende de outros fatores inerentes ao alimento