Seminário: signos sociais
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5. Os Signos modelados pelo meio Para que exista comunicação, é necessário que o indivíduo conheça todo um sistema de símbolos inerentes a determinada realidade e que haja um conhecimento amplo e avançado das palavras. Na falta desta realidade conceituada comum (cultura), a comunicação torna-se muito limitada. O signo é considerado um representante das coisas, isto é, da realidade. Para F. Saussure os signos existem entre o falante e o ouvinte, ligando um significado a um significante. Esta relação não se da de forma natural, ela será estabelecida por um consenso social. Portanto, como dissemos anteriormente, Kaspar Hauser não pode compreender os signos da sociedade por não ter passado pelo processo tributário educacional e de socialização da representatividade dos signos. Para melhor compreender a relação citada, foi estabelecida a triáde que envolve o símbolo (signo ou significante), a referência ou o pensamento (significado) e o referente (coisa ou objeto extralingüístico). Apesar de esquecido por parte dos pesquisadores lingüísticos, através de estudos como o de Izidoro Blikstein, em seu livro Kaspar Hauser ou a fabricação da realidade, foi possível concluir que o referente situa-se atrás ou antes da linguagem, como um evento cognitivo produzido por nossa percepção e construído pela dimensão perceptivo-cognitiva na prática do real. Nossa percepção não é ingênua ou pura; está condicionada a um sistema de crenças e estratégias perceptuais, dependendo de uma construção e de uma prática social, ou práxis, produzindo assim um referente. Sem a práxis não há significação; ela é indefectível e vital para a sobrevivência de qualquer comunidade. Devemos ressaltar, porém, que existem diversas sociedades, portanto, existem diferentes percepções da realidade, o que faz com que os indivíduos criem muitos códigos para a comunicação. Dialetos e sotaques são exemplos disso, uma vez que cada região forma um modo característico de falar a mesma língua.