Independência para quem
D. João retornou a Portugal, mas deixou para governar o Reino do Brasil um Príncipe-regente. Era seu filho, um jovem português de 21 anos, D. Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon. Uma das missões de D. Pedro era evitar que o Brasil se separasse de Portugal. Pouco a pouco, no entanto, D. Pedro foi se ligando aos fazendeiros do Sudeste, que tinham progredido com a vinda da Corte e com a abertura dos portos. Esses fazendeiros, mais alguns funcionários do Reino do Brasil e grupos influentes do Rio de Janeiro e São Paulo – padres, doutores, jornalistas e oficiais – organizaram um movimento para lutar contra a recolonização do Brasil: era o Partido Brasileiro. Não era um partido como os de hoje, com ideias colocadas no papel, pessoas filiadas e dirigentes eleitos. Era mais um grupo de pressão que, com o tempo, foi se agarrando a um desejo maior: a independência.
Dentro do Partido Brasileiro havia dois grupos. O mais forte, formado por fazendeiros do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais: era chamado de grupo aristocrata. Seu líder era Jose Bonifácio. O outro grupo, com menos influência, era o dos democratas. Para esses, a independência só seria completa se o povo pudesse participar no novo governo. Um dos seus maiores líderes era Gonçalo Ledo.
As preocupações com os rumos do Brasil cresciam em Portugal. Afinal de contas, a rebeldia tomava conta do próprio representante do governo português aqui, o Príncipe-regente D. Pedro...
D. Pedro estava se perdendo! Ele precisava vir se ilustrar na Europa, pois tem nome comprido e idéias curtas! Está se envolvendo com aventureiros, Majestade!
Corria o ano de 1822: os conflitos cresciam. De um lado, D. Pedro e o Partido Brasileiro. De outro, D. João VI e as Cortes de Lisboa, que desejavam a recolonização do Brasil.
As cortes não davam sossego ao Príncipe-regente: queriam seu