independencia

A independência terá chegado, de forma necessária ou inexorável, quando o desenvolvimento demográfico e económico dos vice-reinados fere os esquemas coloniais antiquados e inoperantes. Dada uma correspondência prévia entre a Espanha e Portugal com as suas colónias, as metrópoles não superaram o ritmo de crescimento que o século XVIII exigia à América Latina, e por isso tornaram-se inúteis para as colónias. A causa imediata da independência terá sido o êxito das reformas borbónicas, a própria modernização do império, que favoreceu o crescimento da economia colonial, mas, ao tentar extrair os benefícios máximos das colónias, mostrou às elites locais as limitações do pacto colonial com a conjuntura adequada.

O iluminismo defendia a liberdade dos povos e a queda dos regimes políticos que promovessem o privilégio de determinadas classes sociais. Com a Revolução Francesa as novas ideias sobre liberdade individual, republicanismo e fim dos privilégios da nobreza, que circulavam na Europa, acabaram chegando nas colônias espanholas e portuguesa da América Latina. Essas ideias, aliadas com o sentimento de revolta contra a dominação das metrópoles e com os sentimentos nativistas dos latino-americanos, ajudaram a impulsionar o processo de Independência dos países da América Latina. Além disso, após as Guerras Napoleônicas, Espanha e Portugal estavam desestruturados politicamente e economicamente. Basta lembrar que o rei de Portugal havia fugido para o Brasil, e que o rei de Espanha estava preso pelos franceses. As colônias latino-americanas ganharam assim importância e uma maior autonomia perante as metrópoles europeias, o que também ajudou no processo de independência. A etapa nacional da história da América Latina começou em 1824. Numa altura em que conservadores, liberais, federalistas e centralistas formavam partidos e fações políticas, a geração protagonista da independência começava a construir uma história que justificasse a nacionalidade. Se