Independencia Ou Morte
Felipe Cavalcante Marcelo
As contradições do Imperador: a monumentalização do passado em Independência ou Morte (1972)
Felipe Cavalcante Marcelo
Resumo:
O presente trabalho visa analisar o filme Independência ou Morte, produzido por Oswaldo
Massaini e lançado em 1972, tomando-o como fonte histórica e observando como tal obra se apropria de uma certa historiografia sobre a independência do Brasil. Logo, constitui-se a tese central de tal pesquisa o fato de que mesmo que o personagem D. Pedro I tenha atitudes contraditórias, e mesmo autoritárias, ao longo do filme, ainda assim essas se conciliam ou coexistem com uma idealização de sua figura como principal realizador da independência. Para tal tarefa será necessário realizar uma crítica externa filme, de suas condições de produção e diversas outras variáveis, e uma crítica interna, direcionada para a análise de alguns dos elementos constitutivos da linguagem cinematográfica nas partes mais representativas da narrativa fílmica.
Independência ou morte
O filme Independência ou Morte, produzido por Oswaldo Massaini e dirigido por
Carlos Coimbra, foi lançado em 1972 durante as Comemorações do Sesquicentenário da
Independência do Brasil. O roteiro do filme retrata tal evento tendo como principal personagem D. Pedro I. A narrativa fílmica se estrutura por meio de um flash-back, a partir de momentos anteriores à abdicação do imperador do Brasil em 1831 e apresenta toda a trajetória de D. Pedro I desde sua infância e juventude sem preocupações políticas, passando pelo seu casamento com Leopoldina, o famoso “Dia do Fico”, o monumental grito do Ipiranga, o caso amoroso com Domitila de Castro e a abdicação em 1831.
Independência ou Morte pode ser considerado um filme tradicional tanto em seu roteiro como em sua estrutura narrativa. Tal obra apresenta o processo de independência do
Brasil segundo uma tese historiográfica tradicional, centrada na figura de D. Pedro I