Inconfid Ncias

Inconfidências e conjurações no Brasil; notas para um debate historiográfico em torno dos movimentos do último quartel do século XVIII
João Pinto Furtado
O texto se propõe a fazer um debate historiográfico sobre os movimentos de inconfidência do Brasil no fim do século XVIII.
O primeiro ponto citado pelo autor é relativo aos textos de Fernando Antônio Novais, que leva a crer que esses movimentos aconteceram através de um a consciência revolucionária de contestação ao Antigo Regime, sob influência do capitalismo industrial e do anticolonialismo.
O autor se opõe a essa tese, levando em conta que nem mesmo os movimentos de inconfidência eram conectados entre si, já que as problemáticas eram estritamente locais em cada um. No caso da inconfidência mineira, por exemplo, havia uma defesa ao Antigo Regime português, desde que alterados alguns excessos do absolutismo, enquanto isso, os baianos eram republicanos. Entretanto, nenhum dos dois seria revolucionário, como sugeriu Novais, visto que os baianos buscavam reformas na esfera pública, e não uma revolução.
Além disso, o que contrapõem os movimentos não é só o caráter elitista x populista, visto que ambos possuíam integrantes de elite e do povo. Nesse ponto, o autor põe em debate também a inconfidência do Rio de Janeiro, que levantou um forte debate intelectual sobre o novo mundo e a nova ordem, porém sem nenhuma atitude no sentido de transformação.
Na análise dos objetivos dos inconfidentes em minas, o autor conclui que os mesmos não iam muito além da criação de uma república no território de Minas, e não avançavam muito na criação de um sistema de governo que fosse mais participativo e aberto nos termos de uma democracia.
Entretanto, nesse ponto o debate historiográfico difere bastante, visto que Joaquim Norberto diz que a república projetada, quando muito, se estenderia ao Rio de Janeiro e a São Paulo. Já Kenneth Maxwell diz que buscavam uma confederação de Estados independentes a partir da ruptura de alguns deles