(In)Eficiência da rede de Unidades de Conservação do Cerrado em representar diferentes aspectos da diversidade de mamíferos terrestres
Sagnori MD1, Trindade-Filho J1, Loyola RD1 - 1Universidade Federal de Goiás, Departamento de Ecologia.
Introdução
O Cerrado é considerado uma das áreas críticas para a conservação da biodiversidade devido ao alto grau de endemismo de plantas e grande taxa de conversão de hábitat (Myers et al. 2000). Além disso, a rede de unidades de conservação (UCs) existente é pouco representativa, com apenas 5,8% da área total do bioma protegida em áreas de proteção integral ou de uso sustentável (MMA 2007).
Algumas das espécies de mamíferos ameaçadas de extinção no Brasil são endêmicas e/ou ocorrem em altas densidades no Cerrado (Costa et al. 2005). No entanto, não se sabe qual é a representatividade das espécies de mamíferos nas UCs atuais do Cerrado. O problema torna-se ainda mais grave quando consideramos outros aspectos da biodiversidade, como a diversidade filogenética (DFilo) e a diversidade funcional (DFunc).
A DFilo incorpora relações evolutivas entre as espécies. Como os processos evolutivos são estruturados geograficamente, algumas áreas concentram mais informação evolutiva que outras, podendo conter clados mais antigos ou únicos (Sechrest et al. 2002). Em contrapartida, a DFunc considera modelos de nicho, nos quais sua separação permite a coexistência de espécies devido à ausência de competição por recursos.
No mundo inteiro, UCs são comumente estabelecidas segundo critérios políticos, econômicos, ou por beleza cênica, não levando em consideração informações científicas (Margules & Pressey 2000). O resultado prático dessa abordagem é uma sub-representação de espécies e aspectos mais refinados da biodiversidade, como a DFilo e DFunc, em conjuntos de UCs de uma determinada região. Esses aspectos fundamentais da biodiversidade, raramente são considerados em estratégias de conservação. Portanto, a avaliação da