Império Brasil - C. M. BOXER
Por volta de 1738, o embaixador português Dom Luís da Cunha escrevia que “para preservar Portugal, o rei precisa da riqueza do Brasil mais que da do próprio Portugal. Portugal não teria sobrevivido se tivesse sido reduzido a seu território europeu. Durante dois séculos e meio a coroa portuguesa extraiu sua renda da exploração comercial de suas possessões ultramarinas. No século XVIII, o Brasil era a mais importante dessas possessões.
O estado da India, a leste do Cabo da Boa Esperança, vinha sofrendo com rebeliões e guerras locais. Os portugueses tinham perdido seu monopólio de navegações e comércios no Oriente e a presença no local estava restringida a alguns portos e postos comerciais, assim, o Estado da India estava enfraquecido territorialmente e economicamente. Enfrentava forte competição da Inglaterra, da Holanda e da França na importação de mercadorias do oriente e havia abandonado as importações de Moçambique. Com isso a Coroa Portuguesa recebeu menos do que gastava com a manutenção e defesa dessas conquistas.
Apesar das colônias portuguesas ao longo da Costa Oeste da África, terem sido atacadas ou palco de rebeliões (Guerra dos emboabas 1708-1709, Guerra dos Mascates 1710-1711), a parte ocidental, principalmente Brasil e Angola, continuavam a obter consideráveis ganhos territoriais.
Da Angola e os territórios do golfo da Guiné eram como reservatórios de trabalho escravo; de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás vinham o ouro; de Serro do Frio, diamantes; do Grão-Pará e Maranhão vinham café e cacau que eram somados as tradicionais importações do Brasil. Todo ano, as frotas do Brasil descarregavam fumo e açúcar em Lisboa, local de passagem obrigatória de todo o comércio do império. O ouro brasileiro seguia para os centros de comércio internacional, principalmente Lisboa. Na metade do século XVIII, o Brasil se tornou uma das principais rendas do governo.
Durante a segunda metade do século