IMPACTO RECICLAGEM
O lupus eritematoso sistêmico (LES) associa-se a maiores taxas de formação de ateroma e risco aumentado de eventos coronarianos38. Muitos dos fatores predisponentes à formação do ateroma são os mesmos encontrados nos portadores de doenças renais e incluem inflamação, intolerância à glicose, hipertensão arterial, dislipidemia mista, associada tanto à terapia com corticoesteróides, como ao estresse agudo, e alterações do perfil lipídico secundárias à imunossupressão39.
Nos pacientes com lúpus, estudos com espessamento intimal de carótidas e dados de registros evidenciam que as taxas de eventos coronarianos entre esses pacientes é cerca de dez vezes maior. A inflamação aguda, a ativação do sistema imune com produção de espécies reativas de oxigênio favorece a fragmentação da apolipoproteína B e sua captação por macrófagos, acelerando a formação das lesões ateroscleróticas40,41. A ocorrência de anticorpos anticardiolipina no LES foi também considerada como um fator predisponente à doença coronariana. Além disso, anticorpos para a apolipoproteína A2 e apolipoproteína H, encontrados no LES comprometem o metabolismo do HDL e afetam a coagulação, respectivamente42 (Quadro VII).
As estatinas poderiam não apenas controlar a dislipidemia desses pacientes, mas por seus efeitos imunomodulatórios, reduzir o processo inflamatório vascular, com potencial efeito benéfico além da redução lipídica.
Situações clínicas tais como a artrite reumatóide, a esclerose múltipla, a doença de Alzheimer, entre outras, são condições em que as estatinas têm sido utilizadas com esse objetivo. Um estudo com pacientes portadores de artrite reumatóide, TARA (Treatment with Atorvastatin in Rheumatoid Arthritis), está em andamento e irá avaliar os efeitos do hipolipemiante nessa condição clínica.
CONCLUSÃO
A segurança e a tolerabilidade dos hipolipemiantes dá suporte ao seu uso em diversas situações clínicas para o controle das dislipidemias. A