Impacto da desoneração da cesta básica na inflação dá sinais de esgotamento
Cesta básica subiu e já custa R$ 314,99 nos supermercados do Rio. Em São Paulo, foi encontrado o maior valor para o conjunto de alimentos Guito Moreto
SÃO PAULO - Apesar das desonerações de produtos da cesta básica, anunciadas em março pela presidente Dilma Rousseff, os preços dos gêneros alimentícios essenciais não cederam e continuam a subir em 16 de 18 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O alívio nos impostos impediu, no entanto, que a alta fosse ainda maior, avaliou o órgão. Na Pesquisa Nacional da Cesta Básica, realizada mensalmente, as maiores elevações ocorreram em Vitória (6,01%), Manaus (4,55%), e Salvador (4,08%). Em Florianópolis (-2,25%) e Natal (-1,42%), houve retração. No Rio, o avanço mensal foi de 2,66% e, em doze meses, de 22,69%. No ano, a variação é de 11,77%.
Em termos de inflação, o impacto da desoneração do PIS/Cofins sobre os produtos da cesta básica dá sinais de esgotamento, na opinião do coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), Paulo Picchetti. Em entrevista ao Broadcast, o pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV) destacou que, dentro do indicador, há uma série de itens pertencentes à cesta que estão com o processo de queda exaurido ou em desaceleração. "E, mesmo os preços que ainda estão caindo, caem num nível bem inferior ao que seria o repasse integral da desoneração", afirmou.
"Nesta semana começou a ficar claro que o impacto está acabando. É difícil separar o que é cesta básica de outros fatores, mas, por exemplo, em carnes bovinas (-2,88% para -2,17%) a queda já é menor e em carnes suínas também (-1,52% para -1,45%)", disse Picchetti, citando ainda pescados frescos (de -0,69% para -0,45%). A comparação das variações foi feita em relação à segunda semana de abril.
Cinco dos produtos desonerados pelo governo fazem parte da cesta básica em que o