imigração dos portugues no Brasil.
A Lei de Terras, de 1850, teve grande influência nas características que iria assumir a imigração portuguesa no Brasil. Essa lei determinou que a única forma de acesso à terra seria por meio da compra e não da simples posse, como ocorria desde os tempos coloniais. A consequência imediata foi que os imigrantes recém-chegados passaram a ter grande dificuldade quanto ao acesso à propriedade rural. A Lei de Terras constituiu um grande obstáculo ao desenvolvimento da pequena propriedade agrícola no Brasil do século XIX, impedindo a democratização do solo. A lei, portanto, favoreceu a persistência do sistema do latifúndio, ao invés da pequena propriedade. Em 1850, o tráfico de escravos também foi abolido no Brasil, o que diminuiu drasticamente as ofertas de mão de obra nas lavouras de café. Ao mesmo tempo, a imigração europeia estava estagnada, pois o Brasil tinha dificuldades em atrair imigrantes, uma vez que as péssimas condições que encontravam os estrangeiros no país repercutiam nos portos de origem, desestimulando novas migrações. Em 1855, numa sessão de abertura do Parlamento do Império, o imperador D. Pedro II chegou a dizer que o futuro do Brasil dependia "essencialmente da colonização estrangeira". Porém, três anos depois, o imperador admitia que "a colonização tem sofrido tropeços". Nos portos da Europa assistia-se à partida em massa de europeus para os Estados Unidos, país que facilitava o acesso à terra por parte dos estrangeiros, enquanto a imigração para o Brasil minguava, sendo que os portugueses eram os únicos imigrantes que chegavam em quantidades apreciáveis.47
A Lei de Terras foi um marco, uma vez que empurrou o fluxo migratório português em direção às cidades brasileiras. Mesmo aqueles camponeses que chegavam com o intuito de se tornarem agricultores, logo após o desembarque desistiam e partiam para as vilas e centros urbanos. Apesar disso, o engajamento de açorianos e portugueses do