IMIGRAÇÃO ALEMÃ, LUTERANISMO E A CRIAÇÃO DE ESCOLAS NO SUL DO BRASIL
BRASIL
A história da chegada do Protestantismo Luterano ao Brasil está estreitamente relacionada à imigração alemã que ocorreu com mais intensidade durante os séculos XIX e
XX. Uma política de atração de imigrantes alemães foi criada no Império, sob os governos de
Dom Pedro I e de Dom Pedro II. Essa ação foi incentivada por motivos de ordem econômica uma vez que havia a pretensão de substituir a mão de obra escrava que até 1888 era predominante. Nesse sentido, a possibilidade de que os imigrantes viessem a possuir pedaços de terra dentro do território brasileiro foi certamente um dos fatores que motivava a vinda dos estrangeiros. Mas também foi alimentada pela ideia de que os alemães seriam bons colonizadores, bons cidadãos e mesmo bons soldados.
Com base nas relações entre imigração, luteranismo e instituições escolares, este estudo objetiva apresentar e discutir aspectos do processo histórico de implantação das concepções educativas de Lutero e sua influência na criação de instituições escolares no sul do país. Pretende discorrer sobre o modo como o pensamento luterano reverberou nas regiões meridionais impulsionando a fundação de escolas para a formação da infância no contexto da imigração alemã. A investigação está embasada em pesquisa documental com fontes referentes à criação de escolas e à caracterização de suas práticas educativas. As análises são parametrizadas por aportes bibliográficos pertinentes, bem como por textos clássicos de
Lutero que tratam da educação.
Um aspecto essencial a evidenciar é que entre os imigrantes havia uma parcela de indivíduos cuja religião era protestante. Particularmente, grande número de luteranos. Mas a chegada deles causou problemas justamente porque o Brasil de então era um país católico. Na
Constituição do Brasil Império, de 1824, constava no artigo 179, parágrafo 5: “Ninguém deve ser perseguido por causa de sua religião, desde que