economia
As grandes plantações de café feitas ao impulso dos preços altos no cenário internacional levaram o país a uma grande crise desuperprodução, exatamente quando o preço do produto havia reduzido mais que a metade no mercado internacional. Devido a essa superprodução, eclodiram, então, duas crises nacionais: uma de caráter externo, obrigando a cortar pela metade suas importações; e outra de caráter interno, decorrente a necessidade de financiar e estocar os grandes estoques de café que não encontrava mercado consumidor. O valor docafé comprado pelo Governo e retirado do mercado alcançou 10% do PIB. Essa medida de compra e estocagem do café foi evidentemente concebida para favorecer os interesses dos poderosos grupos de cafeicultores, os quais regiam a política econômica brasileira.
As consequências indiretas dessa política de compra e estocagem de café foram o manar da industrialização, a industrialização substitutiva. Ao defender o nível de renda monetária interna, em declínio na capacidade de importar, contra as fortes pressões deflacionárias, a política de favores ao setor cafeeiro deu impulso aos produtores internos.Com a rápida desvalorização da moeda cresciam os preços relativos às importações, criando-se condições altamente favoráveis para uma atitude manufatureira orientada para o mercado interno. Tendo os lucros no setor cafeeiro e exportador, em geral, em baixa, o desenvolver de um mercado interno transformou-se, então, no negócio mais atrativo da economia brasileira.