Ilê ayiê
Na sua primeira apresentação, no carnaval de 1975, o Ilê Aiyê apresentou a música "Que Bloco é Esse", de Paulinho Camafeu:
"Que Bloco é esseO surgimento do grupo desvelou a repulsa, antes sob as vestes da democracia racial. Inicialmente, os formadores do bloco pretendiam nomeá-lo "Poder Negro". Entretanto, a Polícia Federal da Bahia impediu o registro do bloco com este nome alegando que possuia conotações negativas e "alienígenas". Além disso, à época, a imprensa baiana apoiou e incentivou a proibição acusando o movimento de formação do bloco de ter "inconcebíveis intenções subversivas" por pretender vincular a situação do negro brasileiro à do negro americano. (Nêgo - Boletim Informativo do MNU-Ba, n.3, p.2 e n.14, p.7) O Jornal A Tarde, de 12 de fevereiro de 1975, tinha como manchete: "Bloco Racista, Nota Destoante".
Hoje em dia, o Ilê Aiyê é hoje um patrimônio da cultura baiana, um marco no processo de reafricanização do Carnaval da Bahia.
O objetivo da entidade é preservar, valorizar e expandir a cultura afro-brasileira. Para isso, desde que foi fundado, vem homenageando os países, nações e culturas africanos e as revoltas negras brasileiras que contribuíram fortemente para o processo de fortalecimento da identidade étnica e da autoestima do negro brasileiro, tornando populares os temas da história africana vinculando-os com a história do negro no Brasil, construindo um mesmo passado, uma linha histórica da negritude.
O seu movimento rítmico musical, inventado na década de 1970, foi responsável por uma revolução no carnaval baiano. A partir desse movimento, a musicalidade do