Ilidia e odissea

2122 palavras 9 páginas
A obra a Ilíada do autor Homero, segunda edição da Marin Claret, com tradução por Odorico Mendes e impressão em 2003, apresenta-nos um texto com 532 páginas de excelente qualidade e em português casto e digno de plena poesia. Não só seus versos reclamam melodia em sua composição hexâmetra, mas a própria tradução nos apresenta um texto de profundo valor poético. Todos os seus 15.693 versos apontam para a construção de um texto latino, que mesmo sendo pejorativamente acusado de ser uma simples compilação e cópia de mitos e histórias gregas, não perde, de maneira alguma, seus valores históricos, estéticos e, principalmente, universais. Fato é que Homero nuca foi o autor de todos os mitos presentes na Ilíada. Fato é, também, que de maneira alguma precisaria ele ser o autor deles. A maestria com que compilou todas as histórias e a maneira com a qual estabeleceu ligação entre elas são fatos dignos de um verdadeiro artista que aprecia e equilibra em totalidade de perfeição sua obra de arte. Os valores temáticos presentes em toda a obra apontam para a construção de desenvolvimento argumentativo de princípios de conduta universal para a humanidade. Um leitor desavisado poderia perfeitamente acusar a obra de se portar como um tributo à violência e ao paganismo. A epopeia, entretanto, faz uso do pano de fundo da lendária guerra entre gregos e troianos (e por que não dizer entre gregos e seus valores, também?) para inicialmente construir uma atmosfera na qual paira um pleno determinismo da vontade dos deuses diante das vulnerabilidades humanas. O homem é figurado como atitude passional em potencial, a qual se realiza em plenitude hiperbólica nas figurações dos deuses. Eles seriam a máxima explosão da passionalidade humana. Como marionetes nas mãos dos todo-poderosos, a humanidade sucumbe diante de sua própria conduta guiada por sentimentos de egoísmo em contraste com piedade, honra em contraste com vaidade, desejo em contraste com obrigação, entre outros.

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