acontecimentos que poem a prova o valor do povo portugues. Um itinerario atraves de cidades e portos diferentes, povos variados, naçoes inimigas, repletas de enormes peridos e grandes ameaças e, por fim, ilhas desconhecidas. E é precisamente no topico de ilhas desconhecidas, no qual me vou debruçar mais hoje. Em primeiro lugar, a ilha de que vos vou falar é a Ilha dos Amores, que constitui o episodio mais extenso da minha obra, tendo o seu inicio no canto nono, na estancia 18 e apenas terminando no canto decimo na estrofe 143. Iniciarei, portanto, referindo-me ao modo como os navegadores encontraram a Ilha. Seguidamente, darei liberdade ao Sr. Henriques para me fazer questoes relativamente a descriçao da mesma e, por fim, visto que o tempo é escasso darei uma breve conclusao. No canto nono começa entao a viagem de regresso da frota lusitana. Atraves do seu esforço, virtude e entendimento, conseguiram atingir a sua meta: a de abrir um caminho por mar ate à India. Sabem, porem, que o objetivo da viagem nao se coroa sem a volta a patria, pois o fim da açao dos herois que sao o povo portugues transcende as suas proprias individualidades. O heroi nao pensa, portanto, em si, mas no retorno. Ora bem, ha um premio, uma recompensa para o seu esforço e o seu valor, para a sua inteligencia e a sua virtude. Tendo os navegadores portugueses iniciado a viagem de volta a Portugal, Vénus, a sua deusa protetora e benfeitora, decide compensa-los, como podem averiguar na estrofe 19 a sublinhado. A dádiva que a deusa concede é precisamente a Ilha dos Amores. Venus, decidida a premiar os esforçados navegantes, vai ter com o seu filho, Cupido, a procura de ajuda, pedindo-lhe que incendeie o coraçao das filhas de Nereo pelos valerosos portugueses, como podem verificar, desta feita, na estancia 40. Como era de esperar, Cupido obedece e Venus conduz as ninfas enamoradas a uma ilha que vai surgir como que por encanto no horizonte das concavas naves de