IDEOLOGIA Texto NOTA 10
Será que eu quero uma pra viver ou já me basta viver de AMOR ! Parto do contraditório ideologizante do AMOR e o conceito amplo do que convencionou-se definir como ideologia, sociologicamente. A premissa é: se a ideologia existe, instala-se e tem que ser coercitiva, impondo-se pela via da sujeição e violência, conforme a Douta Marilena Chaui, nos diz: “Produtora de sua alteridade, a sociedade propriamente histórica é aquela que não pode, senão sob a forma da violência e da máscara, repousar numa identidade fixa, onde se reconheceria a si mesma. Justamente por isso nessa sociedade o fenômeno da ideologia ganha sentido concreto.” E, no senso comum, ideologicamente o AMOR, deva ser portador e disseminador do prazer, da afeição e jamais da sujeição, tratarei do tema, buscando sempre encontrar essa justa contraposição, ou seja, dicotomicamente encontrar uma justificativa plausível ao título dessa exposição teórica.
Entendo ser uma tentativa ousada, porém, conhecedor das orientações e das abordagens temáticas, principalmente daquelas de conteúdo homoafetivo, levam-me a concluir que o querido e admirado mestre, seja pessoa sensível e entenderá essa ousadia de um iniciante, “ainda nas fraldas” dos estudos das ciências sociais, mais especificamente da SOCIOLOGIA.
Isto posto, passemos ao contexto propriamente dito.
Já nos dizia o saudoso Cazuza: “Ideologia eu quero uma pra viver”, numa de suas composições, logo após ter tomado conhecimento de ser portador do vírus HIV, contraído provavelmente ao doar-se por AMOR e, justamente esse malfadado amor, violenta-o na sua segurança física levando-o a óbito alguns anos depois. Sabedor do trágico fim que o aguarda, ali na próxima esquina da vida e, provavelmente, por conhecimento da temática ideológica ou não, apenas por inspiração natural, comum aos grandes artistas, forjou esse verso.
Clarifico o conceito, se a ideologia para existir tem que ser coercitiva e impor-se sob a forma da violência, que amor