Identidades sociais - resenha crítica
RECIFE
“A CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA NA SOCEIDADE GLOBAL. IDENTIDADES SOCIAIS: LOCAL X GLOBAL”
No artigo de Célia Reis Camargo: “A Construção da Memória na Sociedade Global. Identidades Sociais: Local x Global”, a autora discute os modelos institucionais de proteção do patrimônio cultural atuais, com ênfase no Brasil. Para isso baseia-se no pressuposto de que “preservar a memória significa, sempre, construir memória”, ou seja, a partir do momento em que construímos uma memória criamos novas celebrações que passam a conviver com temas e marcos preexistentes e assim perpetuam valores, saberes, modos de viver, entre outros fatores fundantes, de um tempo e de uma sociedade, preservando, dessa forma, antigas e novas memórias.
Ela começa citando as três modalidades institucionais principais de preservação da memória: os arquivos, as bibliotecas e os museus nacionais.
Os arquivos públicos receberam a missão de guardar e disponibilizar a escrita do Estado; as bibliotecas deveriam guardar e preservar o patrimônio intelectual produzido no país e o que foi publicado sobre ele em outras nações; e os museus nacionais teriam de preservar exemplares da cultura material nacional no que diz respeito a sua trajetória social, política e cultural. Este modelo vem se desenvolvendo desde a formação do Estado Nacional, por volta do séc. XVIII, e permanece até hoje na sociedade ocidental contemporânea.
Camargo ainda chama a atenção para o fato de que as chamadas instituições-memória não têm essa importância só pelo fato de guardarem patrimônios e documentos mas, também, por socializarem conjuntos de valores novos e/ou tradicionais. Sua importância é tanta que ela chega a compará-las a entidades educacionais. Também faz uma ponderação quanto à natureza desses modelos ao dizer que a abordagem dos registros documentais (textos escritos, edificações, obras artísticas, etc.) é muito mais importante que