HÁ EVIDÊNCIAS DE DESINDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL?

HÁ EVIDÊNCIAS DE DESINDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL? ANDRÉ NASSIF

Nassif inicia seu artigo conceituando o processo de desindustrialização como sendo um processo natural para o desenvolvimento das economias capitalistas. Dessa forma, países com renda per capita menor têm maior participação nos setores primários e, à medida que essa renda vai aumentando, essa participação vai sendo transferida para o setor industrial e, alcançando níveis elevados de renda per capita, a perda de participação, tanto no PIB quanto no emprego total, passam a ser voltados para o setor de serviços. No entanto, essa tese é formulada para países de economias avançadas, não sendo um fenômeno indesejável para as mesmas.
No caso no Brasil, vários autores contestam a existência do processo de desindustrialização, como Nakahodo e Jank, mas, ao contrário, Palma confirma a existência de tal processo de forma "prematura" nos países do cone sul da América Latina e no Brasil.
Para confirmar ou não a desindustrialização no país, Nassif analisa os dados da produtividade do trabalho na indústria brasileira. Seus estudos apresentam o aumento da produtividade industrial em relação à expansão da produção física, conciliado pelo aumento/retração do emprego industrial, visto a introdução de novas tecnologias. Outro ponto a destacar é que a perda da participação da indústria no PIB brasileiro, principalmente no início da década de 1990 teve como contribuição a redução da taxa de investimento, as quais não retornaram aos mesmos níveis da década de 1980.
Ademais, segundo os dados analisados por Nassif, não ocorreu nenhum processo generalizado de mudança na realocação de recursos produtivos e na especialização dos setores intensivos em capital para aqueles intensivos em mão-de-obra e recursos naturais. A redução das exportações de produtos manufaturados, segundo o autor, é devida à apreciação cambial e ao forte aumento dos preços internacionais de diversas commodities.
Porém, o comportamento instável da