Humilhação social- um problema politico em psicologia
A DESIGUALDADE E A INVISIBILIDADE SOCIAL NA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA
Jessé Souza constrói em seus três livros analisados neste artigo uma sociologia crítica ou uma crítica à sociologia clássica brasileira, às idéias dominantes sobre o povo brasileiro e o mito da brasilidade nas últimas décadas. Este autor pontua com objetividade obras como Raízes do Brasil (1936), Os donos do poder (1958) e Carnavais, malandros e heróis (1979). Souza (2000) não poupa Sérgio Buarque de
Hollanda, nem Faoro ou mesmo DaMatta, respectivos autores das obras anteriormente citadas. Em A invisibilidade da desigualdade brasileira, Souza (2006) também critica trabalhos mais recentes como a tese do cientista social Luis Eduardo Soares. O autor parece inicialmente poupar apenas Gilberto Freyre ao enaltecer Casa Grande & Senzala
(1933) e Sobrados e Mucambos (1936) quando escreve A modernização seletiva: uma reinterpretação do dilema brasileiro. No entanto, também irá criticá-lo mais tarde por acreditar que Freyre minimiza as mazelas brasileiras e defende uma democracia racial em favor de uma integração nacional que era propagada pelo então presidente Getúlio
Vargas (SOUZA, 2006).
A sociologia de Jessé Souza parece traçar uma crítica muito dura e seu trabalho rema contra a maré de idéias reificadas no senso comum e no ambiente acadêmico, na tentativa de mostrar qual a verdadeira origem desta sociedade brasileira, ou melhor, qual a verdadeira origem da desigualdade desta sociedade. Provoca um desconforto inicial no leitor por desfazer com rapidez obras que há décadas são difundidas nas ciências sociais e que invadiram o imaginário social deste povo.
Mas o que Jessé Souza quer não é causar desconfortos, mas apenas mostrar uma nova ordem, apresentar teorias sólidas que possam explicar o Brasil e sua gente. Souza
(2006) não acredita que a pura descrição da realidade das pessoas socialmente humilhadas possa definir o que é