Humilha Ao Social
V SEMINÁRIO DE ESTUDOS EM ANÁLISE DO DISCURSO
O acontecimento do discurso: filiações e rupturas
Porto Alegre, de 20 a 23 de setembro de 2011
VIOLÊNCIA, HUMILHAÇÃO E BULLYING:
PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO NO MEIO VIRTUAL Marilei Resmini Grantham1
Introdução
Em meus trabalhos mais recentes, tenho procurado refletir sobre o discurso da violência em circulação na internet, bem como em suas diferentes formas de constituição, tais como a violência contra a mulher, a violência contra a criança. Este trabalho, nesta medida, formula-se como a continuidade desta investigação e pretende examinar, no ciberespaço, o discurso sobre a humilhação e a relação entre sujeitos que se confrontam nesta relação.
Para examinar tais processos de subjetividade, tomo para análise, de modo específico, o discurso sobre o bullying, tipo de violência que é descrito, de forma geral, como uma forma de assédio ou intimidação com forte componente de humilhação. O bullying pode ser de dois tipos; direto e indireto. O tipo direto acontece diretamente sobre o agente agredido, sem intermediários; e o tipo indireto, o intimidativo, não envolve obrigatoriamente um ato criminoso ou uma violência física, mas um sofrimento ocasionado por meio de abuso psicológico ou verbal.
Tomando como pressuposto a idéia de que o meio virtual é um espaço em que, pela circulação dos saberes, os sentidos se movimentam e se desestabilizam, proponho-me, então, a examinar a circulação do discurso sobre o bullying na internet, procurando discutir o papel do meio virtual nos processos de construção da subjetividade.
Sobre a humilhação
Pierre Ansart (2005: 15), refletindo sobre a humilhação, nos diz que é “uma situação particular na qual se opõem, em uma relação desigual, um ator (individual ou coletivo) que exerce uma influência, e, do outro lado, um agente que sofre esta influência.”. Nesta perspectiva, a situação humilhante é racional, comportando uma agressão na qual um sujeito