Humanismo
O Humanismo foi uma ruptura taxativa com o teocentrismo medieval, ou seja, uma nova visão do Homem no Mundo, passando assim a prevalecer, dentre os intelectuais, a visão antropocêntrica, com o Homem como o centro das indagações e preocupações, onde se procurava entendê-lo como indivíduo.
O Humanismo também deve ser entendido como uma retomada dos valores da antiguidade clássica, greco-latina, valorizando as obras da Antiguidade Clássica. Os humanistas esforçaram-se em reencontrar e reunir as obras dos antigos pensadores, quase todas dispersas nos mosteiros e conventos, conservadas e copiadas por monges ao longo de toda a Idade Média. No entanto, não devemos acreditar que tenha sido o Humanismo um fenômeno intelectual que pregasse o retorno ao modo clássico de pensar, apenas usava este modo como ponto de partida para uma nova maneira de entender o mundo e o indivíduo, de glorificar o Homem. Assim, pela nova concepção de pensamento do Humanismo, o centro dos olhares intelectuais passava a ser o Homem, valorizando-se as ciências e as artes, e deixando mais de lado, mas sem abandonar, a religião e a Teologia Cristã, base doutrinária da Igreja Católica Apostólica Romana. Que, só por se considerar, se auto-nomear católica, a Igreja já se considerava universal (católica = universal).
Como fenômeno, o Humanismo foi possível graças a uma série de importantes acontecimentos, como o aperfeiçoamento da imprensa, já que livros poderiam ser editados em maior número e seu acesso passou a ser mais fácil e barato. Também o contato mais freqüente com outros povos, possibilitado pelas grandes navegações, e até a miscigenação cultural, mesmo que contida, oriunda da queda de Constantinopla, quando intelectuais bizantinos imigraram, principalmente para a Itália, trazendo consigo toda uma gama de informações e materiais de alto valor erudito. Além disso, o Humanismo despertou toda uma nova forma de ensinar, influenciando ainda o desencadeamento e evolução do Renascimento.