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A gestão democrática, assim como todo o universo que envolve a administração pública, no caso, a escola, envolve necessariamente uma disputa pelo ou por poder, afinal, gerir uma escola é uma ação política e, por isso, uma ação de poder.
No interior da escola o professor é submetido a uma hierarquia administrativa e pedagógica que o controla. Os pais, nesse processo de hierárquico, são tratados, geralmente, com desprezo ou como ignorantes em termos educacionais e as suas opiniões não são, em geral, levadas em conta no planejamento escolar. Isso é evidente nas práticas das reuniões de pais e mestres, em que os professores se sentem no direito de apontar as falhas daqueles alunos tidos como indisciplinados e, ao mesmo tempo, cravar positivamente as qualidades daqueles alunos adaptados às normas escolares.
A democracia na escola não se dará espontaneamente, mas será resultado da disposição dos atores sociais. A participação de todos os envolvidos na comunidade escolar é uma gestão democrática, com base em relações de poder pautadas no diálogo e na alteridade.
A participação não se constrói sem esforço coletivo, afirma Paro (1998, p. 46). É preciso encarar a participação como um caminho a ser solidificado, e não como algo natural, dado espontaneamente na sociedade brasileira.
A participação da comunidade na escola só pode ser considerada democrática a partir do momento em que são dadas as condições materiais para que isso ocorra com qualidade. É sabido que não há participação dos pais ou responsáveis quando estes não podem dispor de tempo que a participação na vida educativa dos seus filhos exige, devido aos imprevistos do trabalho e outros compromissos. Mesmo diante dessas situações, a escola pode proporcionar tempos específicos para reuniões e a formação dos