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Foi um poeta e escritor português, nascido em lisboa. É considerado um dos maiores poetas da linguá portuguesa e da literatura universal. Como poeta, era conhecido por suas mutiplas personalidades, os heterônimos, que eram e são até hoje objeto da maior parte dos estudos sobre a sua vida e sobre sua obra. Fernando Pessoa, faleceu em lisboa, com 47 anos de idade, vitima de uma cólica hepática causada por um calculo biliar associado.
Não sei quantas Almas tenho
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.
Explicação:
Mario de Andrade (Biografia):
Mario de Andrade (1893-1945) foi escritor brasileiro. Publicou “Pauliceia desvairado” o primeiro livro de poemas da primeira fase do modernismo. Foi critica de arte em jornais e revistas. Teve papel importante na implantação do modernismo no Brasil.
Descobrimento
Abancado à escrivaninha em São Paulo
Na minha casa da rua Lopes Chaves
De supetão senti um friúme por dentro.
Fiquei trêmulo, muito comovido
Com o livro palerma olhando pra mim.
Não vê que me lembrei que lá no Norte, meu Deus! muito longe de mim
Na escuridão ativa da noite que caiu
Um homem pálido magro de cabelo escorrendo nos olhos,
Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,
Faz pouco se deitou, está dormindo.
Carlos Drummond de Andrade