Horários de trabalho e experiência de recuperação

INTRODUÇÃO As experiências de recuperação são um tema central na pesquisa científica actual. De acordo com Hobfoll e Shirom (2001, cit. por Rook e Zijlstra, 2006), este conceito define-se como um período de relaxamento entre os episódios de stress que, permitem alcançar novamente, um estado de recursos renovado. Assim, as investigações na área, mostram benefícios deste desapego temporário ao trabalho, tanto a nível psicológico, como fisiológico. Contudo, existem diversos factores que influenciam o tempo de recuperação tais como, a negociação de responsabilidades familiares (Frankenhaeuser, Lundberg, Fredrikson, Melin, Tuomisto, Myrsten, et al., 1989; Roe et al, 1994; Zijlstra, Schalk, & Rowe, 1996 cit. por Rook, J. W. e Fred R. H. Zijlstra, F. R. H., 2006 cit. por Rook e Zijlstra, 2006), as actividades sociais e físicas (Hull, 1990; Iso-Ahola, 1997; Iwasaki, 2001 cit. por Rook e Zijlstra, 2006), ainda o tempo não-trabalho é também fundamental para a recuperação, uma vez que, as preocupações referentes ao trabalho deveriam ser inexistentes. (Rook e Zijlstra, 2006). A fadiga e as experiências de recuperação estão correlacionadas porque a primeira refere-se ao estado resultante das exigências do trabalho de um dia de trabalho e a segunda ao processo de restabelecimento dos recursos enfraquecidos, sendo, então, o período de descanso algo necessário. (Bultmann et al., 2000 cit. por. Rook e Zijlstra, 2006). Assim, parece oportuno definir fadiga como um conjunto de alterações no organismo que levam uma redução das capacidades físicas e mentais e concludentemente, a uma diminuição da eficiência e da motivação para a performance (Rosa, 2001; Rodrigues, 2010). Apresentando-se esta como uma queixa comum da população activa (Bultmann, Kant, Kasl, Beurskens, & Van Den Brandt, 2002a; Pawlikowska et al, 1994 cit. por Rook e Zijlstra, 2006). Este estado pode ser de dois tipos, aguda ou prolongada. A fadiga aguda é um fenómeno normal que, desaparece após um período de