Homofobia
Reforça a relevância deste estudo o fato de que, a despeito de avanços pontuais observados em processos legais em âmbito local e estadual – os quais têm contribuído para a formação de jurisprudência favorável ao reconhecimento de direitos ainda negados à população LGBT – o Legislativo brasileiro tem estado paralisado no que tange à regulamentação de qualquer lei que combata preconceitos de natureza homofóbica e que tipifique e criminalize a homofobia – em que pese o Brasil figurar entre os países com alto número de assassinatos de homossexuais e travestis.
Desde 1995 tramita sem sucesso na Câmara dos Deputados do Congresso Nacional o projeto de lei 1.151, de autoria da então deputada Marta Suplicy (PT-SP), sobre a união civil entre homossexuais. E em 10 anos não houve avanços na matéria do PL 5.003, apresentado em 2001 pela ex-deputada Iara Bernardi (PT-SP), propondo que no Código Penal se acrescente às discriminações já explicitadas como crime – por motivo de “raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência” (as duas últimas incluídas em 2003) – as discriminações de “gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero”. Reapresentada em 2006 como PLC 122, com relatoria da então senadora Fátima Cleide (PT-RO), em 2010 terminou mais um período legislativo sem que tal matéria fosse votada.
Ao provocar o aumento do debate público sobre a