homem e sociedade
Agora somos todos keynesianos
Crise aproxima governos do pensamento do economista inglês, que será tema do encontro internacional na Unicamp
Quando o livre mercado pede socorro
Por Cristiane Perini Lucchesi, de São Paulo
11/04/2008
"Agora somos todos keynesianos". A famosa frase - dita pelo monetarista Milton Friedman em 1965 à revista "Time" e pelo ex-presidente americano Richard Nixon ao acabar com o padrão ouro, em 1971 - está de volta à ordem do dia. Afinal, o livre e desregulamentado mercado dá sinais de fraqueza inconteste e tem pedido cada vez mais a ajuda do Estado. A inadimplência nas hipotecas americanas gerou uma crise de solvência entre os bancos dos países ricos que foram, pouco a pouco, socorridos pelos diversos governos.
A necessidade de ampliação dos gastos públicos para evitar uma recessão maior passou a ser defendida por personalidades tão díspares quanto o presidente americano George W. Bush, passando por seu secretário do Tesouro, Henry Paulson, pelo diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, e pelos candidatos democratas à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton e Barack Obama. Bancos centrais, governos e até mesmo instituições financeiras privadas passaram a discursar em favor de mudanças na regulamentação para o sistema financeiro e de melhorias na atuação de entidades regulatórias em todo o mundo.
Bloomberg
Ben Bernanke, presidente do Fed, teve de explicar ao Congresso um empréstimo para o JPMorgan comprar o quebrado Bear Stearns, com garantia de títulos de má qualidade
O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, e o ministro da Economia, Alistair Darling, tiveram de explicar a nacionalização do Northern Rock em fevereiro, após o socorro público ao banco, com empréstimos que chegaram a 55 bilhões de libras esterlinas (US$ 109 bilhões). O presidente do Fed, Ben Bernanke, teve de ir ao