Hobbes o medo e a Esperança
No texto o pensamento político de Thomas Hobbes fica bem retratado, sendo que a chave destacada para compreensão das idéias políticas de Hobbes esta no que ele diz sobre o “estado de natureza”. A teoria do estado de natureza parte da idéia de que a origem do Estado e da sociedade está em um contrato de convivência entre os homens, com a intenção de que existam regras para harmonizar as relações sociais dos homens, e que eles tenham um líder político que é o único que pode organizá-los e tira-los do estado de natureza.
Para Hobbes, quando o homem esta no estado de natureza “ele não é um selvagem. É o mesmo que viver em sociedade” (p. 54). Como a natureza humana é a mesma, o homem é tão naturalmente igual um ao outro. E estando sob estado de natureza se desconhecem, sendo possível que um ataque o outro, tanto para vencê-lo, quanto para evitar que seja atacado. Assim inicia uma guerra de todos contra todos, pois não existe um poder que os controle e mostre o que é certo.
A existência de um Estado forte é necessária para forçar entre os homens o respeito uns com os outros, fazendo com que haja soberania absoluta do estado através do soberano. Nesse estado absoluto, segundo Hobbes a igualdade é fator que leva a guerra de todos contra todos e a liberdade é entendida como “ausência de oposição”, sendo assim palavras retóricas.
Para Hobbes fazer parte do estado não significa somente fugir do medo à morte violenta, mas também estabelecer a “esperança de ter uma vida melhor e mais confiável” (p.72).
“Nós somos os autores da sociedade e do Estado, e podemos conhecê-lo tão bem quanto as figuras da geometria (p.77).” Concluindo então que o homem é fundamento da sua condição e não Deus ou a natureza, e que através do conhecimento de sua condição miserável original o homem pode apresentar as condições para alcançar a paz e prosperidade.