Hobbes o medo e a esperança
902 palavras
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Em “Hobbes: o medo e a esperança”, o autor expõe a teoria hobbesiana acerca do Estado tendo como ponto de partida a análise da dualidade entre o medo, advindo da perspectiva de uma guerra de todos contra todos, e a esperança, advinda de um Estado Absoluto capaz de governar e reprimir as paixões e vícios humanos de modo a torna-los inócuos à sociedade, e como a reflexão acerca dessa dualidade leva ao surgimento do contrato social hobbesiano, que seria formado entre todos os habitantes da sociedade entre si e com o soberano ao mesmo tempo, englobando tanto o contrato de submissão (fundador do poder político) quanto o contrato de associação (fundador da sociedade), uma vez que, para Hobbes, não existe uma sociedade sem Estado, pois sem o Estado para garantir a ordem social, viveríamos no que ele denomina Estado de Natureza. Nesse contexto, o autor ressalta que a chave para entendermos o pensamento de Hobbes está justamente nesse conceito de Estado de Natureza por ele idealizado, que se trata de uma construção teórica abstrata de uma sociedade anterior ao Estado. Nessa construção, Hobbes parte de um homem de paixões e medos universalizados, isto é, um cenário em que “a natureza do homem não muda conforme o tempo, ou a história, ou a vida social. Para Hobbes, como para a maior parte dos autores de antes do século XVIII, não existe a história entendida como transformando os homens. Estes não mudam.” (WEFFORT, Francisco, 14a edição, p.54) para imaginar um estado no qual todos todos os homens teriam direito a todas as coisas, o que, segundo Hobbes, sem dúvidas incorreria em inúmeros conflitos, gerados pela problemática da subjetividade humana. Em outras palavras, por somente vivenciar a própria realidade, o indivíduo dependeria apenas da especulação (Hobbes usa o termo imaginação) para entender/comunicar-se com o outro, dando margem a três causas fundamentais de discórdias, a saber: a competição, a desconfiança e a glória, onde, respectivamente, “a primeira leva os homens