História (ONDAS E SOCIALISMO)
Podem ser identificadas três ondas revolucionárias no mundo ocidental na primeira metade do século XIX. E, segundo o historiador, Eric Hobsbawn, as ondas revolucionárias pós-1815 podem ser divididas em três modelos ideológicos: liberal moderado, defendido pela alta burguesia e classe média superior; democrata radical, que correspondia aos interesses da classe média inferior, intelectuais e uma pequena nobreza descontente; e socialista, sustentado por operários e trabalhadores pobres. Todas estas posições ideológicas têm como modelos fases ou episódios da Revolução Francesa, que os gerou a todos.
Primeira onda:
A primeira onda ocorreu a partir de 1820, compreendendo movimentos europeus e americanos. Em 1819, têm início movimentos revolucionários nos estados alemães que, no ano seguinte, se propagam a Nápoles, Portugal, Espanha e Grécia. Embora circunstâncias específicas sejam naturalmente típicas de cada um destes movimentos, o fato é que em todos eles predomina a luta pelos princípios liberais, provocando, em contrapartida, a reação das forças conservadoras através dos diversos congressos que se reúnem nesta época.
Revolução do porto (1820-1823): Movimento marcado por um duplo caráter. De um lado, mostrava-se liberal, acabando com o absolutismo português e elaborando uma Constituição que limitava os poderes do rei e ampliava os poderes das Cortes (o Parlamento). Por outro lado, era um movimento de caráter conservador, visto que a burguesia lusitana pretendia recolonizar o Brasil. Por força da revolução, D. João VI retorna a Portugal e deixa seu filho, Pedro, como príncipe regente do Brasil. As Cortes reuniram-se solenemente em Janeiro de 1821. Enquanto a Carta Magna estava a ser redigida, entrou em vigor uma Constituição provisória, que seguia o modelo espanhol mas que era bastante inovador para a época. Diante do progressivo aumento da pressão das Cortes para a recolonização do Brasil, este proclamou a sua independência em 7 de setembro de 1822. A