Em 1930, quando Getúlio Vargas iniciou seu governo, a população do país era de 37 milhões de habitantes, aproximadamente, dos quais 70% viviam na área rural. Ao longo dos quinze anos em que ele manteve o poder nas suas mãos, o Brasil teve duas constituições federais, uma promulgada em julho de 1934, com características liberais, e outra em novembro de 1937, comprometida com o pensamento autoritário. Nesse período, diversas leis trabalhistas mudaram o cenário social do trabalhador brasileiro, como o estabelecimento da jornada diária de oito horas de trabalho; a regulamentação do trabalho feminino e dos menores, a instituição da carteira profissional, do salário mínimo e das comissões mistas de conciliação; além de outras leis que incidiram sobre a organização sindical e patronal. Ao longo desse tempo foram criados, também, os ministérios da Educação e Saúde Pública, da Agricultura, e do Trabalho, Indústria e Comércio, além do Departamento Nacional do Café, o Instituto do Açúcar e do Álcool, o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e o Departamento de Imprensa e Propaganda, exemplos da reforma da administração pública que marcou a era Vargas. Além disso o governo promoveu uma série de manifestações nacionalistas nas áreas da educação e cultura, que incluíam desfiles monumentais em datas cívicas, com corais de estudantes regidos pelo maestro Villa-Lobos e coreografias que deveriam exaltar a grandeza do Estado Novo. Na política interna, o governo combateu a Revolução Constitucionalista, movimento antigetulista deflagrado em São Paulo em 1932; a Aliança Nacional Libertadora, liderada por Luís Carlos Prestes, e o movimento comunista de 1935. Nesse contexto, o Congresso promulgou a Lei de Segurança Nacional, criando também o Tribunal de Segurança Nacional. Em 1938, enfrentou o levante integralista, movimento de extrema-direita empreendido por conspiradores ligados à Ação Integralista Brasileira, liderada por Plínio Salgado. No plano econômico, a crise