História de xangô
Vanessa Duarte
Segundo o povo nagô, Olórum é a força suprema, estando abaixo dessa força superior, as forças da natureza, ou seja, os orixás. Onde, para Pierre Verger (2008, p.17), orixá (Òrìsà) seria a princípio, um ancestral divinizado, que em vida estabelecera vínculos que lhe garantiam um controle sobre certas forças da natureza. Em seu livro sobre Xangô Ildásio Tavares, Obá de Xangô do Ilê Axé Opó Afonjá, o orixá é uma seleção de faixa cósmica o que redunda, em última, em seleção de consciência cósmica, o tipo de energia ou de estação em que se devem alimentar nossos receptores ou em que devem sintonizar por serem a ela semelhantes; não idênticos, deve-se frisar (...)
Contudo, vamos focar na história de Xangô que pode ser descrita por dois pontos de vista: histórico e mitológico. Todavia, para que possamos entender a sua origem e como veio a se tornar um orixá, devemos compreender como surgiu o Reino de Oyó, pelo qual, o culto de Xangô ocupa o primeiro lugar.
Reino de Oyó
Origem
O Reino de Oyó ou Império de Oyó foi um Império da África Ocidental onde é hoje a Nigéria Ocidental. A cidade histórica teria sido fundada nos inícios do século XIII. Até o século XV Oyó foi apenas uma cidade-estado Iorubá, separada das costas do Golfo de Guiné pela grande floresta, localizava-se no centro dos territórios que se convencionou chamarem de Iorubalândia. O Império de Oyó foi o estado mais importante politicamente na região de meados do século XVII ao final do século XVIII.
O segundo príncipe do Reino Iorubá de Ile-Ife também conhecida como Ifé e o sétimo filho de Odudua, Oranyan (também conhecido como Oranmiyan), fez um acordo com o irmão de lançar uma incursão punitiva sobre os seus vizinhos do norte por insultar seu pai Obá (é a palavra da língua Iorubá que designa rei) Oduduwa, o primeiro Ooni de Ifé. No caminho para a batalha, os irmãos brigaram e o exército foi dividido. A tropa de Oranyan não era