História da Comunicação
a) Oralidade e pré-história
Para o homem primitivo, nômade, cuja percepção se encontrava diretamente ligada aos fenômenos da natureza, o tempo era concebido como circular, cíclico, e o espaço como aberto, em movimento. A função memória exigia do ser humano a constante reafirmação de valores e crenças, por meio da reiteração. A reprodução do conhecimento e das destrezas necessárias à produção associava-se aos ritos e à transmissão oral, sendo a criança educada principalmente por meio de recursos imitativos dos atos dos adultos e participação no próprio processo produtivo. A tarefa socializadora, em princípio, poderia ser cumprida por qualquer membro da comunidade. O próprio movimento dinâmico da vida cotidiana configurava um ambiente em que o aprendizado não requeria uma estrutura formal de transmissão que fosse além dos rituais já estabelecidos, o que caracteriza uma forma de comunicação pouco mediada.
b) Oralidade e escrita na Antiguidade
A escrita surge como necessidade do desenvolvimento da economia e da sociedade que estavam ocorrendo principalmente no Oriente Médio. A primeira forma de escrita registrada nesta localidade é a cuneiforme que evoluiu dos registros de tempo de trabalho.
No mesmo período há o surgimento da escrita hieroglífica no Egito Antigo com alguma relação com a escrita da Mesopotâmia.
A utilização da escrita acarreta nova perspectiva espaço-temporal, não comportando mais o tempo mítico, mas um tempo histórico, marcado pela finitude de um espaço fechado, demarcado, estático. Aí já se é possível preservar a informação fora do cérebro humano, criando-se formas rudimentares de comunicação pelas quais os discursos poderiam ser separados de suas circunstâncias particulares de produção, ou seja, passa a haver um divórcio entre o pensamento e a ação.
A escrita passou a ser vista, predominantemente, como um registro da oralidade. Nesse momento, as narrativas orais passaram a ser divulgadas maciçamente pela