Historico de santana do livramento por ivo caggiani
A FRONTEIRA RIVERA-LIVRAMENTO
Texto extraído do álbum que comemora os cem anos da criação de Rivera em 1962
Por O.M. BOLIVAR
O jornalista Indú Khushwant Sinch, ilustre membro da UNESCO ao referir-se a esta fronteira afirmava: "Nunca vi coisa igual no mundo pois todas as fronteiras que conheço estão guardadas por baionetas, arames farpados, etc. O que está, por tanto longe de fomentar a amizade que é vista aquí".
Deixou-nos como lembrança estas significativas palavras que se encontram no pórtico do palácio de Delhi: "Se na terra houvese um céu, éste céu seria aqui, aqui, aqui..."
O espanhol Antonio Gamarra, disse: "La UNESCO lucha por la Riverización y el Livramento del mundo."
Os russos revelaram assombro mas nada disseram.
E esta fronteira que foi campo de tantas batalhas, regadas com o sangue generoso de seus filhos hoje dá um grandioso exemplo de fraternidade ao mundo desnorteado e trémulo de medo.
O obelisco geodésico, pretendendo nos dividir, nada mais é do que um dedo apontando o infinito:lá se encontram as estrelas e os astros rolando no eterno movimento.E nós aqui nos encontramos seguindo o rumo desse dedo que aponta para a eternidade e a harmonia infinita. E êsse rumo nós, gratuitamente, risonhos e felizes, oferece-mo-lo aos homens que ainda nao aprenderam a viver a humanidade.
Se os homens das bombas atômicas, dos grandes exércitos amendrontados e cheios de armas que atestam a covardia e o terror, vissem de perto a nossa maneira de viver teriam, por certo, novos sonhos de esperanças e transformariam, a vida que tanto lhes amedronta, numa cousa melhor e mais digna de um homem que pensa.
Contrabandeamos uruguaias para cá e brasileiros para lá, ou viceversa; votamos lá e votamos cá; vivemos, enfim, num grande lar. Somos um mundo á parte e sentimo-nos superiores. A nossa pretensa linha divisória é um jardim florido onde os namorados se encontram e tecem romances, esquecidos do