historial natural da leptospirose

Leptospirose: Historia natural e medidas de prevenção

1. INTRODUÇÃO

A leptospirose é uma antropozoonose caracterizada por doença infecciosa aguda que acomete o homem e os animais, causada por microorganismos pertencentes ao género leptospira (Vedor, E. 2005). É uma zoonose bacteriana de ampla distribuição geográfica, afectando várias espécies de mamíferos, constituindo um problema económico e de saúde pública. (Guidugli, F. 2000, Morikawa 2009). A sua distribuição geográfica tem condicionante sócioeconomicos e também é fortemente favorecida pelas condições ambientais das regiões de clima tropical e subtropical, onde a elevada temperatura e os períodos do ano com altos índices pluviométricos favorecem o aparecimento de surtos epidemicos de carácter sazonal (Guidugli, F. 2000, Morikawa 2009, Vedor, E. 2005).

Teve sua caracterização como entidade clínica distinta em 1880, no Cairo, por Larrey. seguiu-se o estudo de Laudouzy em 1883, e a posterior a doença foi descrita minunciosamente por Adolph Weil em 1886, como doença febril, aguda, com comprometimento renal, icterícia e hemorragias, a partir de observação de quatro casos clínicos. Mais tarde a Leptospirose foi identificada por Goldeschhmdt, como “Doença de Weil” (Morikawa 2009 e Araújo, M. & Couto, M. 2000).

O agente etiológico da Leptospirose é a espiroqueta do género Leptospira, que compreende duas espécies: L. Interrogans, patogénica para o homem e a L. Biflexa (Silva, H. et al 2003). Segundo Araújo, M. & Couto, M. (2000), a sua identificação ocorreu em 1915, por Inada e Ido o japão e Uhlenhuth e Fromme na Alemanha, em estudos independentes; tendo sido denominado Spirochaeta icterohaemorrhagiae. Em 1918 Noguchi classificou o agente criando o género Leptospira, tendo em vista a bactéria possuir forma espiralada.

O género leptospira foi classificado em 17 espécies patogênica e saprófitas, com mais de 13 sorovares, na maioria patogénicos. A distribuição global de espécies esorovares