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buso de medicação - Ritalina - por pessoas que não sofrem de TDAH
No caso de uso recreativo, a prevenção e combate deve seguir a mesma linha de outras drogas com potencial para abuso.A facilidade com que se consegue comprar estes psicoestimulantes sem receita médica é impressionante e, ao mesmo tempo, assustadora. Basta acesso a internet e conhecimento básico sobre como usar o Google. Há inúmeros fornecedores, que garantem até mesmo entrega a domicílio. Já quanto ao seu uso como "aditivo cognitivo" ou "pílulas para inteligência", algumas questões importantes precisam ser colocadas.
A primeira questão, mais diretamente relacionadas aos jovens, diz respeito ao que se espera do sistema educacional e como este avalia desempenhos. De um modo geral, o abuso se mostra entre aqueles que estudam de forma irregular, pouco frequente, concentradas antes das provas e que, por isto, precisam contar com uma capacidade de concentração superior.
A segunda questão, mais específica de adultos, diz respeito às exigências e crenças fantasiosas acerca da suposta capacidade do cérebro para a multi-tarefa. É realmente impressionante o quanto a idéia da multi-tarefa está difundida em nossa cultura profissional, a tal ponto que mesmo descrições de cargos a incorporam como um diferencial. Considerando a dificuldade em manter o foco em situações repletas de distrações, a pressão por produtividade, a exigência da multitarefa e exposição a níveis crônicos de stress, ao lado dos prejuízos que estes fatores causam ao bom funcionamento cognitivo, não é de surpreender que muitos adultos se auto-diagnostiquem como portadores de TDAH.
Há estimativas que um a cada três estudantes universitários americanos fazem ou já fizeram uso de psicoestimulante como aditivos antes de provas. Não há números específicos para adultos. Ainda assim, mesmo na ausência de estatísticas nacionais, o fato do Brasil ser o segundo consumidor mundial de Ritalina (metilfenidato, o psicoestimulante mais comum entre nós)

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