Historia de roma antiga
Regina Coeli Pinheiro da Silva1
1 Arqueóloga IPHAN e Mestre pelo Museu Nacional/UFRJ( regcoeli@yahoo.com)
2 Cronologia elaborada pelo Prof. Dr. Antônio Brancaglion Jr, tendo por base Baines, J. e Malek, 2000.
3 Possivelmente por união de interesses desses dois cleros.
4 Datação que tem por base Drioton e Vandier (1977:356/157/158).
O CULTO SOLAR
Na mitologia egípcia, o culto ao sol destaca-se em relação aos dos demais deuses e chega ao seu ápice durante o Antigo Império (2575 a 2134 a.C.2). Seu simbolismo se relaciona ao movimento cíclico do seu ritmo diário.
Durante o Novo Império, quando a capital do Egito Antigo era Tebas, a principal divindade de culto em Karnak e em Luxor era Amon-Re, fruto de uma junção entre os deuses Re de Heliópolis e Amon de Tebas3. Efetiva-se assim uma identificação que já teria se iniciado desde o Médio Império, com Amon-Re reconhecido pelos egípcios como um deus universal e com poderes de criação. Seu culto passa a adquirir cada vez maior força e influência como deus estatal, chegando à situação de concorrer com o poder real.
Durante o reinado do faraó Amenhotep III (c.1380 a.C.4), período que antecede à reforma amarniana, o culto a Amon Re passa a desenvolver uma crença em que este deus vem a se orientar para a característica solar. Amon Re passa então a ser celebrado sob esse aspecto, uma mudança que não reflete mais aquelas características presentes no Grande Hino a Amon. Uma prova arqueológica dessa afirmativa é encontrada na estela objeto de nosso estudo, pertencente aos arquitetos do reinado de Amenhotep III, Suti e Hor (Ermann:1952:135-136), atualmente no Museu Britânico (nº 826). Nela, Amon aparece