Na segunda série do ensino médio aos dezessete anos, surgiu um projeto na prefeitura municipal de Santa Rita para alfabetizar jovens e adultos que não tiveram oportunidades de freqüentar a escola. E então fui me informar, quais os critérios eram estabelecidos, pois eu ainda tinha dezessete anos, mas a bolsa que iria receber caso fosse selecionada, ia me ajudar muito. Os critérios eram os seguintes: desenvolver uma redação, e passar na entrevista e graças a Deus deu tudo certo, mas tinha outra etapa que era inscrever vinte e cinco alunos que não haviam sido alfabetizados, eu teria que ir a busca dessas pessoas no prazo de quarenta e oito horas,e quem não conseguisse não poderia ocupar a vaga,foi muito difícil,pois tive que andar por todo o bairro para convencer aqueles adultos a se inscreverem.E não é fácil argumentar a voltar a estudar para os adultos e até senhores que já estavam cansados,e viviam trabalhando muito,a frase que eu sempre ouvia era esta”Eu não aprendi quando era novo,imagine agora”e eu tive que saber o momento certo de falar e como falar.Depois desse desafio,enfim consegui os vinte e cinco alunos e ganhei a vaga.Entretanto quando pensei que o maior desafio eu já teria vencido,me enganei completamente,o desafio começaria ali na sala de aula.O projeto me ofereceu todo o suporte,tanto material quanto educacional,com treinamentos,elaboração de plano de curso e metodologia,no inicio das aulas.Na sala de aula alguns alunos já sabiam de muita coisa e outros não sabiam praticamente nada,eu tinha que manter e estabelecer métodos que acompanhasse os dois ritmos,uma coisa é certa eles eram muito bons em cálculo.Mas ensinar a ler e escrever foi muito gratificante para mim,dava para perceber como eles estavam gostando daqueles momentos de aprendizagem,o carinho que tinham nos livros e cadernos,a ansiedade que muitos demonstravam em chegar a hora da aula,eram alunos participativos que eu pude aprender muito,e passaram a me chamar de minha professorinha,por eu