Historia da arte
No âmbito da história da arte há diversos significados para o conceito de primitivo. A definição de primitivo aparece pela primeira vez no século XVI como atributo dos pintores e escultores em atividade entre os séculos XIII e XV, período imediatamente anterior àquele conhecido como Alta Renascença. Nessa acepção, que tem vigência até o fim do século XIX, a produção dos artistas primitivos - buscando mais naturalismo, porém ainda bastante estilizada - é vista como precursora da arte desenvolvida a partir de 1500 e que, guiada pelos modelos da arte clássica, se caracteriza pelo aperfeiçoamento da imitação naturalista da natureza.
No século XVIII essa noção é incrementada pelo teórico e historiador alemão Johann Joachim Winckelmann (1717 - 1768), que passa a associar os conceitos de primitivo e arcaico, definindo-os em termos de elementos antinaturalistas: estilização das figuras, frontalidade da representação, rigidez dos corpos e simplificação dos objetos representados. Arcaico ou primitivo passam a significar um momento histórico inicial no progresso evolutivo em direção ao classicismo. Nota-se, no entanto, que no mesmo período alguns filósofos associam o termo às manifestações dos povos "selvagens", não europeus, que, estando mais próximos da natureza, conservam a força primordial ainda não dominada pelo refinamento cultural da civilização cultivada pelo controle da razão.
Apesar do predomínio da teoria de Winckelmann há, no decorrer dos séculos XVIII e XIX, momentos de revalorização da Idade Média e dos pintores primitivos pré-renascentistas. O movimento neogótico, iniciado em meados do século XVIII e que se desenvolve em diversos países no século seguinte, pretende reviver, principalmente na arquitetura, o estilogótico da Idade Média como forma de ruptura em relação às rígidas regras de desenho arquitetônico. Nazarenos, na Alemanha, e pré-rafaelitas, na Inglaterra, apresentam certa afinidade de espírito ao tentar recriar a pureza e a