historia da arte
CARDOSO, Rafael. Design, indústria e o consumidor moderno In uma introdução a historia do design. São Paulo: Edgard Blucher, 2004 (68-107).
Design e Reformismo social
O industrialismo trouxe no seu bojo uma série de problemas e desafios que foram se avultando desde cedo. Pode-se dizer que a resistência ao capitalismo industrial nasceu praticamente junta com o próprio sistema, e o design logo passou a ser visto como uma área fértil para a aplicação de medidas reformistas. (p, 68)
Não há como duvidar que a industrialização era percebida por muitos como uma ameaça ao bem-estar comum e aos valores mais elevados da sociedade, e foi justamente no entrecruzamento das críticas sociais e morais ao industrialismo que nasceram as primeiras propostas de fazer uso do design como agente de transformação. (pag, 68)
Ao mesmo tempo que a nova fartura industrial ampliava as possibilidades de consumo para a multidão, para alguns ela gerava preocupações inéditas sobre a natureza do que era consumido, já na década de 1830 surgem na Inglaterra as primeiras manifestações daquilo que viria a ser um fenômeno constante na historia do design: os movimentos para a reforma do gosto alheio. (p, 69)
O primeiro Grande nome entre esses reformistas foi o arquiteto A.W.N Puguin, percussor do movimento internacional de recuperação dos princípios e das formas da arquitetura gótica que ficou conhecido posteriormente como Ghotic Revival, o que defendia uma série de preceitos construtivos conforme revelados nas formas do passado medieval. (p, 69)
Recém convertido ao catolicismo, Puguin lançou entre 1835 e 1841 vários escritos advogando o retorno aos “princípios verdadeiros” de pureza e honestidade na arquitetura e no design, dentre os quais ele destacava duas regras básicas: a primeira, que a construção se limitasse aos elementos estritamente necessário para a comodidade e a estrutura; e, a segunda, que o ornamento se