histologia
O artigo enfatiza o novo conceito do tecido adiposo como importante órgão endócrino, analisando a estrutura e tipos de tecido adiposo, sua distribuição e a regulação da adipogênese.
A seguir, estuda as relações entre a síndrome metabólica e a obesidade, em adultos e crianças, ressaltando que o tecido adiposo é atualmente considerado o grande agente causal dessa síndrome. O autor se detém na análise das várias substâncias implicadas nos complexos processos endócrinos a cargo do tecido adiposo, a saber: leptina, adiponectina, TNF-alfa, interleucina-6, inibidor do ativador de plasminogênio, proteínas do sistema renina-angiotensina, visfatina, omentina e enzimas envolvidos no metabolismo de hormônios esteróides.
Introdução
Quando nos referimos ao "tecido adiposo", estamos implicando uma série de componentes que o constituem, tais como o adipócito, matriz de tecido conjuntivo, tecido nervoso, células estromo-vasculares e células imunes.
Este aspecto tem importância na definição das substâncias produzidas pelo tecido adiposo e que, cumprindo a função de hormônios e agindo tanto em nível local (parácrina/autócrina) quanto em nível sistêmico
(endócrina), são chamadas de adipocinas ou adipocitocinas. Muitas delas são produzidas na matriz de tecido conjuntivo e devem ser incluídas no
"tecido adiposo", mesmo sem serem produzidas no adipócito(1,2).
O tecido adiposo sempre foi visto como um grande depósito de gorduras, especialmente triglicerídeos que, em caso de necessidade energética do organismo, acaba por ser mobilizado para a oxidação e produção de energia. Foi somente em 1987 que o tecido adiposo foi identificado como um local muito importante para o metabolismo de esteróides sexuais e a produção de adipsina, um fator endócrino "down-regulado" na obesidade murina(3). Em 1994, com a descoberta da leptina, um hormônio produzido pelo tecido adiposo que atua em receptores da família das citocinas, e, em 1995, com a clonagem do