HIST RIA DO CRISTIANISMO II
Da Reforma Protestante aos dias atuais
Capítulo 01
Introdução
No início do século XVI, a teologia cristã na Europa estava se tornando sinônimo de especulação vã e o teólogo era visto como um pensador alienado que havia perdido o contato com a realidade, pelo menos era essa a opinião de Desidério Erasmo ou Erasmo de Roterdã, que equiparava a teologia ao escolasticismo e suas várias formas do final da Idade Média. Erasmo ofereceu aos cristãos a filosofia de Cristo, focalizada nas questões morais e éticas tendo Jesus como modelo. Neste contexto surge Martinho Lutero, chamado por alguns de “João Huss da Saxônia”, principado de onde era originário. Lutero, além de renovar a teologia cristã ocidental, também a revolucionou. O conjunto total dos reformadores protestantes e de seus seguidores pode ser dividido em dois grupos principais: Reforma Magisterial, neste grupo se incluem Lutero, Zuínglio, Calvino e Tomás Cranmer (Inglaterra). Recebe esse nome devido ao fato de que seus proponentes pretendiam estabelecer uma só igreja e república verdadeiramente cristã em seus respectivos países com o apoio de magistrados ― um termo geral para as autoridades seculares, como príncipes, juízes e vereadores das cidades. Os Reformadores Magisteriais conceberam uma forma de cooperação entre Igreja e Estado e queriam expulsar de seus territórios todos os romanistas (católicos romanos) e hereges. Os Magisteriais reconheciam a autoridade dos credos antigos da cristandade, insistiam no batismo infantil, permitiam uma única forma legalizada do cristianismo em seus territórios e favoreciam o poder das autoridades seculares para promover guerras e perseguir os dissidentes religiosos. Já o outro grupo era chamado de Reforma Radical, pois desejava voltar às raízes da Igreja Neotestamentária, acabando com a tradição medieval. Estão incluídos nesse grupo todos os protestantes no século XVI que acreditavam na separação entre Igreja e Estado, renunciavam à coerção