Hipoglicemia
William Ray (EUA)
XVII Congresso Brasileiro de Perinatologia, São Paulo, 13-16 de novembro de 2004
Realizado por Paulo R. Margotto e Martha Vieira Gonçalves, neonatologistas da Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF
“A definição de hipoglicemia no recém-nascido tem sido controversa devido a falta de significante correlação ente a concentração de glicose plasmática, sintomas clínicos e seqüelas a longo prazo’ (Kalhan S, Peter-Wohl S. Am J Perinatol 2000;17:11-8)
Definição
A hipoglicemia no recém-nascido (RN) foi primeiramente avaliada em 1937 por Hartmann e Jaudon (J Pediatr 1937;11:1-36). Em 1949, houve um estudo envolvendo 289 RN e a hipoglicemia foi definida como leve (concentração de glicose entre 40 e 50mg%), moderada (glicemia entre 20 e 40mg%) e grave (glicemia menor do que 20mg%). Apenas por curiosidade, quantos de vocês aceitariam hoje um conceito de hipoglicemia leve, moderada e grave? Acredito que alguns aceitariam o que acho muito bom. Estes são os valores que os livros citam e foram definidos em 1937. Depois de tanto tempo, por quê ainda continuamos a falar de hipoglicemia. Primeiro vamos ao histórico do conceito de hipoglicemia e algumas de suas complicações. Em 1937 houve a definição de hipoglicemia leve, moderada e grave. Em 1964, houve um trabalho evolvendo 75 RN e não houve um progresso muito grande. Os RN foram chamados de sintomáticos porque apresentavam todos os sinais clínicos. A maioria destes RN eram pequenos para a idade gestacional, nascidos com menos de 2500g. Os sinais clínicos eram: tremores e mioclonias, alternando com letargia e hipotonia. Alguns deles tinham apnéia ou cianose e a maioria estava se alimentando mal e alguns tinham hipotonia. Apenas em pacientes com quadro severo havia alteração da consciência, incluindo convulsões e coma. Todos estes RN tinham níveis de glicose muito baixos (entre 10 e 25mg%). Foi demonstrado que todas estas alterações